quarta-feira, 12 de junho de 2013

As maravilhas do ensino doméstico


Achei muita graça ao texto desta mãe que também faz ensino doméstico. Não quero dizer que me reveja em todos os pontos, mas em muitos deles sinto-me em casa. 
Ninguém, absolutamente ninguém que deixa os seus filhos na escola todos os dias de manhã, faz a mínima ideia do que se passa numa casa em que se pratica ensino doméstico. Não quero com isto dizer que todos devessem ficar em casa com os filhos, não!! Continuem a levá-los à escola, para bem da vossa sanidade mental. Mas gostava de vos dizer que me sinto totalmente feliz e realizada por passar os meus dias rodeada pelos meus três filhos. Mesmo quando estou à beira da loucura. Mesmo quando pagava para dormir. Mesmo quando estou a entrar a porta de casa e reparo que me esqueci do mais pequeno fechado dentro do carro, ou quando estamos a sair de casa e ele me diz que está sem roupa e descalço. (Porque será sempre o mais pequeno a ser esquecido??)
Claro que há momentos difíceis, momentos em que nos zangamos, em que gritamos uns com os outros em que alguns acabam a chorar, mas até com isso aprendemos. Cada dia que passa conhecemo-nos melhor e respeitamo-nos mais uns aos outros. É a verdadeira beleza de tudo isto. Estamos a crescer por dentro e todos os dias crescemos um bocadinho.
Numa casa em que se faz ensino doméstico passam-se coisas fantásticas e muitas delas ao mesmo tempo. A vida vive-se com emoção, um minuto de cada vez, sempre a aprender coisas novas, coisas da escola, coisas da vida e coisas sobre nós próprios e a nossa relação com os outros. E eu tenho aprendido tanto com eles!!!  Mais do que eles comigo, talvez. Tem sido a melhor experiência da minha vida, é a melhor profissão que poderia ter e não a trocaria por nada. 
É verdade que tenho sempre roupa por lavar, que o chão nunca está limpo, que há brinquedos por todo o lado, que há tanta terra dentro de casa como no quintal, que há sempre copos e pratos dentro do lava-loiças com coisas estranhíssimas lá dentro, que estudo Matemática e História de Portugal ao mesmo tempo e que às vezes já misturo as duas coisas, que por vezes a simples tarefa de completar um puzzle de 6 peças ao mesmo tempo que tento preparar uma refeição pode mostrar-se impossível, que interrompo o meu discurso várias vezes por dia para ir sentar o Simão na sanita, que a mesa da sala está sempre cheia de roupa para arrumar, que as almofadas dos sofás passam mais tempo no chão do que nos ditos, que há sempre um cobertor a embrulhar iogurte que faz parte integrante da decoração, que limpo e lavo rabos várias vezes por dia, normalmente durante as refeições, mas que adoro cada minuto!!!
E por tudo isto, não me perguntem ao final de um dia o que é que se passou aqui em casa, porque não sei responder. É preciso viver e sentir o que nós vivemos e sentimos para compreender. É simplesmente maravilhoso. E sobretudo não me perguntem porque é que a minha casa parece um campo de batalha todos os dias do ano se eu não trabalho e tenho imenso tempo para a arrumar!!!

5 comentários:

  1. Ainda bem que a casa parece um campo de batalha. Sinal inequívoco da liberdade e consequente felicidade que se vive aí ;)
    Beijinhos aos 5

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  2. É isso mesmo Raquel! Também me sinto muito feliz e afortunada por viver todos esses momentos (bons e maus)com os meus rapazes! Não trocaria por nenhum trabalho do mundo! Sei que estou onde devo estar!
    Até breve! bjs para todos.
    Paula

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  3. ahahahah imeeeeenso tempo para arrumar! ;)

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  4. Tenho a maior admiração por quem tomou uma opção como a vossa, sinceramente! Mas também acho que tem que ser muito sentida, quase um chamamento. Eu sou suficientemente e conscientemente "egoísta" para saber que não conseguiria. Não seria feliz e não saberia fazer a minha família feliz. Parabéns e continua com a casa desarrumadamente feliz!! Bjo

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