terça-feira, 20 de maio de 2014

Os Exames


Alguém escreveu no Público de dia 18 de maio de 2014: "Exames transformaram escolas em centros de treino." Está lá para quem queira ler.
E eu vou escrever mais uma vez, e outra, e outra, e as que forem precisas até se fartarem de me ler.
Chamaram-lhes "centros de treino", pois eu diria "campos de treino" que quase que soa a "campos de trabalho", a escravidão, porque é isso que me faz lembrar. E onde é que queremos chegar? É mesmo isto que queremos para esta geração? Uma geração que só sabe responder a perguntas para as quais "treinou" afincadamente? Onde é que fica o espaço para o verdadeiro conhecimento, para a discussão de ideias, para as opiniões, para o debate, para a diferença? Sim, para a diferença, aquela diferença, perigosa para alguns, que põe em causa muita coisa. Se não tivesse sido essa diferença há uns séculos atrás, ainda hoje achávamos que a terra era o centro do universo. Houve quem tivesse sido apedrejado até à morte por ter tido ideias tão bizarras. Não será o mesmo, o que estamos a fazer aos nossos filhos? Estamos a matar o espírito crítico das crianças, estamos a dizer-lhes que está tudo inventado e que eles não servem rigorosamente para nada senão obedecer e aceitar o instituído. E isto é assustador, tão assustador que até custa a acreditar!
Infelizmente nós, pais, temos que pactuar com esta treta se não quisermos que os nossos filhos "fiquem retidos" ano após ano nestes tais "centros de treino" que mais parecem campos de trabalho. 
A escola deixou de ser um local onde se aprende para ser um local onde se treinam respostas que são avaliadas através de critérios que não deixam margem de manobra, em que só existe certo e errado.
Será mesmo isto o que queremos para os nossos filhos?
Eu, definitivamente, não! 


sábado, 10 de maio de 2014

A Nossa Horta em Maio

Maio é o mês da horta,  definitivamente! Pelo menos por aqui, é quando tudo finalmente começa a germinar e a crescer, quando é preciso dar mais atenção ao espaço e se começa a ver qualquer coisa a cair no prato.
Passou muito tempo até eu tomar a decisão de passar a horta para os canteiros à volta da casa. Custava-me pensar nisto com tanto terreno ali ao lado para cultivar, mas às vezes precisamos de sonhar mais pequeno para conseguir estar à altura do projeto.
Não tinha tempo para tomar conta de uma horta tão grande e tão selvagem, onde tudo crescia francamente pouco e ao minimo descuido as lagartas levavam a melhor. E agora até as toupeiras vieram fazer-nos uma visita.
Há mais ou menos um mês, resolvi voltar à horta de varanda, só que no quintal. Ocupei todos os canteiros com horta e já se começa a ver qualquer coisa...


Salsa, batatas e rúcula.

Espinafres e batatas ainda por nascer

Sementeiras de cáigua, alface, espinafre vermelho, tomate, espinafre da nova zelândia e mizuna vermelha. Nos vasos estão abóboras e os sobreiros do Zé Maria.
Tomateiros, morangos, coentros e segurelha

Um pequeno compostor que construi com caixas de fruta, para colocar as ervas e folhas do quintal. O verdadeiro compostor continua na antiga horta a produzir a grande velocidade.



terça-feira, 6 de maio de 2014

MONO

Há uns dias descobri por acaso, como sempre, esta banda de rock instrumental. Achei a música belíssima e tenho andado a ouvi-la em modo non stop sem sequer sonhar que eram japoneses. Tinha que ser. Eu e o Japão, temos qualquer coisa. Talvez noutra vida...
Podem encontrar muita coisa sobre eles aqui.
Eu deixo-vos com este concerto ao vivo. Muito bom!!

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Ginjas, o gato que vive com o vento

Hoje enterrámos o nosso recém adotado Ginjas. Mais um. Infelizmente já não é o primeiro. Ultimamente parece que todos os animais que aqui aparecem vêm apenas para morrer. Ficam cá pouco tempo, mas as marcas que nos deixam são enormes. Nem eu sabia o quanto gostava dele.
Um dia entrou pela porta da cozinha, miou, serviu-se de almoço e ficou. Nunca mais se foi embora. Até ontem. Era um gato divertido, brincalhão e tão, mas tão meigo que até custava a acreditar. Era também livre como o vento, só ficava enquanto queria, mas voltava sempre. Talvez por isso eu gostasse tanto dele. Mas ontem não voltou. Tentou voltar, creio, mas um carro apanhou-o a chegar ao portão.
Hoje enterrá-mo-lo, levou com ele a sua almofada preferida, e como não podia deixar de ser, um ramo de flores selvagens.
A ti Ginjas, dedico-te esta música, que sejas livre como o vento e que vivas em nós para sempre.