Achei muita graça ao texto desta mãe que também faz ensino doméstico. Não quero dizer que me reveja em todos os pontos, mas em muitos deles sinto-me em casa.
Ninguém, absolutamente ninguém que deixa os seus filhos na escola todos os dias de manhã, faz a mínima ideia do que se passa numa casa em que se pratica ensino doméstico. Não quero com isto dizer que todos devessem ficar em casa com os filhos, não!! Continuem a levá-los à escola, para bem da vossa sanidade mental. Mas gostava de vos dizer que me sinto totalmente feliz e realizada por passar os meus dias rodeada pelos meus três filhos. Mesmo quando estou à beira da loucura. Mesmo quando pagava para dormir. Mesmo quando estou a entrar a porta de casa e reparo que me esqueci do mais pequeno fechado dentro do carro, ou quando estamos a sair de casa e ele me diz que está sem roupa e descalço. (Porque será sempre o mais pequeno a ser esquecido??)
Claro que há momentos difíceis, momentos em que nos zangamos, em que gritamos uns com os outros em que alguns acabam a chorar, mas até com isso aprendemos. Cada dia que passa conhecemo-nos melhor e respeitamo-nos mais uns aos outros. É a verdadeira beleza de tudo isto. Estamos a crescer por dentro e todos os dias crescemos um bocadinho.
Numa casa em que se faz ensino doméstico passam-se coisas fantásticas e muitas delas ao mesmo tempo. A vida vive-se com emoção, um minuto de cada vez, sempre a aprender coisas novas, coisas da escola, coisas da vida e coisas sobre nós próprios e a nossa relação com os outros. E eu tenho aprendido tanto com eles!!! Mais do que eles comigo, talvez. Tem sido a melhor experiência da minha vida, é a melhor profissão que poderia ter e não a trocaria por nada.
É verdade que tenho sempre roupa por lavar, que o chão nunca está limpo, que há brinquedos por todo o lado, que há tanta terra dentro de casa como no quintal, que há sempre copos e pratos dentro do lava-loiças com coisas estranhíssimas lá dentro, que estudo Matemática e História de Portugal ao mesmo tempo e que às vezes já misturo as duas coisas, que por vezes a simples tarefa de completar um puzzle de 6 peças ao mesmo tempo que tento preparar uma refeição pode mostrar-se impossível, que interrompo o meu discurso várias vezes por dia para ir sentar o Simão na sanita, que a mesa da sala está sempre cheia de roupa para arrumar, que as almofadas dos sofás passam mais tempo no chão do que nos ditos, que há sempre um cobertor a embrulhar iogurte que faz parte integrante da decoração, que limpo e lavo rabos várias vezes por dia, normalmente durante as refeições, mas que adoro cada minuto!!!
E por tudo isto, não me perguntem ao final de um dia o que é que se passou aqui em casa, porque não sei responder. É preciso viver e sentir o que nós vivemos e sentimos para compreender. É simplesmente maravilhoso. E sobretudo não me perguntem porque é que a minha casa parece um campo de batalha todos os dias do ano se eu não trabalho e tenho imenso tempo para a arrumar!!!
Ainda bem que a casa parece um campo de batalha. Sinal inequívoco da liberdade e consequente felicidade que se vive aí ;)
ResponderEliminarBeijinhos aos 5
:)
EliminarÉ isso mesmo Raquel! Também me sinto muito feliz e afortunada por viver todos esses momentos (bons e maus)com os meus rapazes! Não trocaria por nenhum trabalho do mundo! Sei que estou onde devo estar!
ResponderEliminarAté breve! bjs para todos.
Paula
ahahahah imeeeeenso tempo para arrumar! ;)
ResponderEliminarTenho a maior admiração por quem tomou uma opção como a vossa, sinceramente! Mas também acho que tem que ser muito sentida, quase um chamamento. Eu sou suficientemente e conscientemente "egoísta" para saber que não conseguiria. Não seria feliz e não saberia fazer a minha família feliz. Parabéns e continua com a casa desarrumadamente feliz!! Bjo
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