quarta-feira, 18 de março de 2015

O 4 de Julho - Ensino Doméstico

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Muitas pessoas me perguntam como faço ensino doméstico, se sigo o curriculo, se faço fichas, se temos um horário rígido, como os avalio e sei o que sabem e tantas outras questões que entendo que pairem na cabeça das pessoas.
Bom, a minha resposta é sempre que depende da criança, da sua idade e principalmente dos seus interesses. Sim, porque mesmo com um currículo para cumprir e exames para fazer, tento sempre seguir os interesses deles porque sei que as crianças só aprendem o que querem aprender e quando querem aprender. Não vale a pena despejar-lhes curriculos se o tema não for aquele que lhes interessa naquele momento e por outro lado, no que diz respeito a fichas, que poucas crianças gostam de fazer, só servem para aferirmos o que eles já sabem e eu faço-o de muitas outras formas. Eu vivo com eles 24 horas por dia!
Aqui em casa, a matemática é o único tema que estudamos usando um método bastante tradicional e por vezes com exercícios escritos, mas todas as outras disciplinas são trabalhadas de uma forma muito pouco estruturada e com muito pouco suporte escrito da parte das crianças. Qualquer um dos meus filhos tem uma forma de aprender bastante parecida com a minha, gostamos de histórias e de exemplos concretos para perceber as coisas. Pode até ter alguma influência da minha parte, mas já tentámos outras formas de aprender que não funcionaram tão bem. Alías, a Madalena, que está este ano na escola diz muitas vezes com um ar triste que gostava da forma como aprendiamos em casa. Digo aprendiamos, porque eu também estou em constante aprendizagem, pois muitas vezes tenho que procurar informação e ler sobre determinado tema para depois o poder discutir com eles.
Bom, como me fazem sempre muitas perguntas sobre como trabalhamos, resolvi escrever aqui sobre isso. E hoje, para começar sem ser de uma forma apenas teórica, vou dar-vos um exemplo bem concreto e prático de como aprendemos o que eles querem aprender.
Ontem na biblioteca, o Lourenço pediu para trazermos o filme, "O Patriota", para vermos em casa. Eu sei que ele adora filmes épicos e de guerra e pensei que era uma forma muito simples e apelativa de falarmos do tema do filme, a guerra da independência dos EUA. Assim, ainda antes de vermos o filme, fui procurar informação que me explicasse a mim, os factos históricos sobre aquele tema, para que os pudesse explicar ao Lourenço de uma forma acessível e rápida, que nestas coisas não vale a pena alongarmo-nos com explicações que ultrapassem o entendimento deles. Aproveitámos para olhar para o mapa mundo que temos na nossa parede e ver onde fica a Inglaterra e os EUA e percebermos que naquela altura, século 18, se navegava por mar para chegar ao outro lado do oceano e conquistar novos territórios. 
Durante o filme também falámos das roupas que usavam na altura, que tipo de armas existiam, o que era uma milícia, de como funcionavam os mensageiros para distribuir correio, de como não havia telefone nem carros, de como não havia eletricidade e de como brancos e negros conviviam naquela altura. Aprendemos imenso!  
Claro que muitas pessoas acharão que este filme não é para a idade deles, mas isso é outro tema a debater. Para mim, depende da criança e daquilo que ela é capaz de assimilar. No nosso caso vemos quase todo o tipo de filmes, mas isso é uma decisão de cada família. 
Aqui deixo-vos também o texto que usei para lhes explicar a história do filme.


"4 de Julho, Dia da Independência dos Estados Unidos da América. Muita gente não tem ideia do que esta data significa para o povo americano. Tudo começou em 1607. Naquele ano, um pequeno grupo de colonizadores fundou a primeira colónia inglesa permanente na América. Posteriormente, 13 outras colónias espalharam-se pela costa Atlântica todas elas sob o domínio do rei da Inglaterra e com mais de 2 milhões de colonizadores. No centro, Pensilvânia, New York, New Jersey e Delaware; no norte, Massachussetts, New Hampshire, Rhode Island e Connecticut e no sul, Virginia, Maryland, Carolina do Norte, Carolina do Sul e Georgia. Quando a Inglaterra resolveu cobrar impostos dos colonizadores, muitos se recusaram a comprar os produtos tributados dando início a uma grande revolta contra a Inglaterra. Um acto contra a cobrança de impostos, de grande importância em 1773 foi o “Boston Tea Party” que aconteceu em Boston, Massachussetts, onde colonizadores, disfarçados de indíos, destruiram mais de 3 centenas de caixas de chá retirando-as dos navios ingleses e atirando-as ao mar. Várias leis intoleráveis impostas pela Coroa Inglesa provocaram a convocação do primeiro Congresso Continental de Filadélfia, em 1774, pedindo ao Rei e ao Parlamento a revogação da legislação autoritária e igualdade de direitos aos colonizadores. Tais revoltas dão início à Guerra da Independência em 1775. Um ano depois foi formulada a Declaração da Independência para proclamar a separação das 13 colónias americanas da Inglaterra que foi escrita por uma comissão de 5 membros e liderada por Thomas Jefferson, e promulgada em 4 de julho de 1776 em Filadélfia por delegados de todos os territórios. A Declaração dos Estados Unidos da América é inspirada nos ideais do Iluminismo e defende a liberdade individual e o respeito dos Direitos Fundamentais do Ser Humano. A data de 4 de Julho é o mais importante feriado americano. Celebrado com paradas, eventos desportivos e fogo de artifício. A bandeira americana é hasteada e decorações com fitas azuis, vermelhas e brancas são utilizadas em cerimónias públicas."(texto retirado daqui, mas com pequenas alterações para português)

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